No mês passado, acabou 100 botos de rio amazônico foram encontrados mortos em um lago na Amazônia brasileira. Seu destino se deveu a uma combinação de calor e baixos níveis de água, naquela que muitos consideram a pior seca da história da Amazônia.
Tal como outros fenómenos climáticos extremos, a crise climática é uma causa direta. Um factor-chave que agrava o problema é, obviamente, a desflorestação. Parar o desmatamento causado pela agricultura industrial, mineração e projetos de “desenvolvimento” na Amazônia é essencial para a sobrevivência não apenas das espécies vegetais e animais da floresta tropical, mas de centenas de milhares de indígenas, ribeirinhos e indígenas do Brasil. quilombola comunidades. É por isso que o movimento para “demarcar” (garantir o reconhecimento legal dos territórios indígenas) é absolutamente crítico neste momento da história.
Vários factores combinaram-se para ajudar a criar esta seca terrível: o fenómeno El Niño, o aumento das temperaturas do Atlântico Norte devido às alterações climáticas, e desmatamento que reduziu a geração de umidade.
Esta seca histórica – a segunda mais grave dos últimos 13 anos – reduziu a água de muitos rios da região para níveis alarmantemente baixos. Como resultado, muitos rios da floresta tropical tornaram-se impróprios para navegação e, portanto, o acesso à água potável e aos alimentos tornou-se extremamente limitado, colocando em risco a saúde da população.
Além da grave falta de acesso a água potável, alimentos e suprimentos médicos, também impediu o movimento de comunidades indígenas, florestais e ribeirinhas que dependem dos rios para transporte.
Embora a taxa de desmatamento na Amazônia brasileira tenha diminuído 42.5% no primeiro semestre deste ano, o quadro permanece sombrio quando se trata de incêndios. A intensa seca tornou a floresta ainda mais suscetível a incêndios e fez com que a temporada de incêndios se estendesse por meses que não tinham visto muitos incêndios nos anos anteriores. Por exemplo, de acordo com Amazônia real, foram detectados 3,075 focos de calor em junho deste ano, o pior número em 16 anos.
Entretanto, os esforços para proteger permanentemente a região da destruição são sitiado pela classe direitista do agronegócio brasileiro. No atual governo Lula, o movimento indígena já obteve o reconhecimento legal de terras ancestrais que totalizam mais de 800,000 mil hectares. A demarcação é o processo que garante o direito legal de possuir, gerir e proteger as terras tradicionais de todas as formas de extração e destruição, incluindo a mineração e o agronegócio. Assegura os direitos à autodeterminação e à soberania e protege os conhecimentos tradicionais e as práticas culturais para as gerações futuras. Para evitar o desmatamento e as consequências devastadoras da seca severa na Amazônia, 100% das terras indígenas devem ser demarcadas.
Mais de cem territórios indígenas brasileiros aguardam demarcação, mas mais de três quartos deles estão já está de olho em solicitações de mineração. Para parar as alterações climáticas catastróficas, proteger as culturas indígenas, prevenir a próxima seca e manter os botos do rio Amazonas e outras espécies prósperas, os direitos indígenas são a chave.