Presidente Lula protege os direitos indígenas e o meio ambiente com veto parcial do Projeto de Lei 2903 | Amazon Watch
Amazon Watch

O presidente do Brasil, Lula, protege os direitos indígenas e o meio ambiente com veto parcial ao projeto de lei 2903

20 ° de outubro de 2023 | Para divulgação imediata


Amazon Watch

Para mais informações, contactar:

presslist@amazonwatch.org ou +1.510.281.9020

Crédito: @joseruigaviao / Ya Gavião

Oakland, CA - Após duas semanas de fakes liderado pelo movimento indígena com a participação de organizações ambientais e de direitos indígenas, o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (“Lula”) finalmente emitiu sua posição oficial e vetou partes importantes do Projeto de Lei 2903, que teria limitado dramaticamente a capacidade dos povos indígenas para obter o reconhecimento formal dos seus territórios ancestrais. Este projeto de lei faz parte de uma reação da direita contra o crescente poder dos povos indígenas no Brasil e as muitas vitórias importantes que eles alcançaram para ter suas terras e direitos reconhecidos.

Acaba de ser divulgado o anúncio oficial do veto parcial de Lula ao projeto de lei, e podemos confirmar que ele vetou o artigo que tentava reimpor a tese do “Marco Temporal”, apesar de ter sido considerado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal no mesmo dia em que o projeto de lei foi aprovado no Congresso. Ele também vetou seções que permitem mineração, construção de estradas e agricultura transgênica em terras indígenas, entre outras.

Sonia Guajajara, Ministra dos Povos Indígenas do Brasil, declarou:

“É importante dizer que o artigo 4º, que se refere à tese do Marco Temporal, foi vetado integralmente. Lula também vetou a tentativa de abolir o direito indígena à consulta livre, prévia e informada, trecho do projeto que facilitava a intrusão nos territórios de povos indígenas isolados, bem como o artigo que proibiria a expansão de povos indígenas isolados. Terras indígenas já demarcadas. Mas o essencial é que os vetos do presidente garantam a proteção dos direitos às terras indígenas.”

Célia Xakriabá, Membro da Câmara dos Deputados do Brasil, disse:

“Lula vetou trechos importantes do PL 2903, como o que tratava do Marco Temporal das Terras Indígenas. Uma vitória para a luta do nosso povo!

“Nossa luta sempre foi pelo veto total ao projeto, que consideramos um ataque aos povos indígenas, mas mesmo assim consideramos uma vitória importante.

“Continuaremos nos mobilizando na próxima semana para coordenar a preservação desses vetos, que voltam ao Congresso para votação. Precisamos de continuar com o apoio de todos – dos quase um milhão de pessoas que assinaram a nossa petição – e apoiar as florestas!

“Não ao Marco Temporal! Demarcação agora! Território é vida!”

Amazon Watch A Diretora do Programa Brasil, Paula Vargas, afirmou: 

“Esse veto é motivo de comemoração. É claro que notamos que é uma vitória parcial e que os riscos para os direitos indígenas no Brasil ainda são imensos. O Presidente Lula declarou a sua posição contra séculos de opressão genocida que forçaram muitos povos a fugir dos seus lares ancestrais. Mas ao não vetar a totalidade do projeto de lei ele favoreceu um lado desta guerra: o lado destrutivo, antiambiental e antiindígena, pois no centro da disputa está o setor do agronegócio e da mineração, alinhados contra os direitos dos povos indígenas, e a proteção da Amazônia e do meio ambiente. Claramente, a batalha continua. O futuro dos povos indígenas do Brasil e de seus territórios (os maiores locais de biodiversidade do mundo) e da própria vida no planeta Terra ainda estão em jogo após este ataque orquestrado pelo ruralista e convenção de mineração no Congresso.

“Os artigos não vetados agora têm status de lei e podem abrir muitas oportunidades para ataques aos direitos indígenas e ao meio ambiente. Os dois artigos mais preocupantes que permanecem são o Artigo 20 (que afirma que o direito indígena ao usufruto exclusivo de suas terras não se sobrepõe aos interesses das políticas de defesa nacional ou de soberania) e o Artigo 26 (que permite a extração econômica em terras indígenas em parceria com países não-indígenas). -Povos e organizações indígenas). Ainda precisamos de tempo para avaliar todos os impactos, mas as consequências para os povos indígenas, a Amazônia e o clima certamente serão desastrosas, pois esses artigos minam a soberania e a autonomia indígenas e continuam a ameaçar a floresta tropical com a possibilidade de colaboração com a mineração e projetos de agronegócio de diversas escalas. 

“A batalha pelos direitos às terras indígenas continua no Poder Legislativo. O veto presidencial será agora analisado pelo Congresso Nacional, que terá um mês para aprovar ou revogar seus termos. A rejeição do veto de Lula exige o voto da maioria absoluta dos Deputados Federais e Senadores, respectivamente 257 e 41 votos na Câmara baixa e na Câmara alta. Se o Congresso tentar derrubar o veto, o projeto poderá ser levado ao Supremo Tribunal Federal para revisão judicial por partidos políticos, Ministério Público, organizações indígenas ou outros atores. Os povos indígenas do Brasil, juntamente com aliados nacionais e internacionais, devem continuar a lutar para defender os seus direitos e o nosso clima global.”

Fundo:

Em 27 de setembro, o Supremo Tribunal Federal (STF) rejeitou a tese do “Marco Temporal”, uma teoria jurídica enganosa que invalidaria as reivindicações territoriais de todos os grupos indígenas que não ocuparam fisicamente os seus territórios em 1988, e considerou-a inconstitucional. Mas no mesmo dia, num ato de desafio à decisão do Supremo Tribunal, o Congresso Nacional, dominado pelo agronegócio, aprovou Projeto de Lei 2903, que não apenas institui o Marco Temporal, mas também tenta abrir as terras indígenas à exploração industrial, incluindo mineração, infraestrutura e projetos de energia, como barragens, rodovias, portos e ferrovias. Também teria subordinado a proteção dos grupos indígenas em isolamento voluntário ao “interesse nacional”, colocado em risco a biodiversidade e restabelecido a lógica colonial de assimilação indígena na sociedade nacional. Outras seções do projeto de lei teriam alimentado contestações legais contra todas as terras indígenas existentes no Brasil. 

Após o processo legislativo, o projeto foi então enviado ao presidente Lula, que teve duas semanas para aprovar ou vetar seu conteúdo. A sociedade civil se mobilizou em torno de uma campanha exigindo que Lula “vetasse tudo”, rejeitando a integralidade do projeto. No último dia, Lula emitiu um veto parcial, permitindo que parte do projeto se transformasse em lei, mas vetando suas disposições mais perigosas.

A legislatura deverá rever seus vetos na próxima semana e poderá anulá-los com uma votação majoritária em ambas as casas. Neste caso, as questões provavelmente serão decididas definitivamente pelo Supremo Tribunal Federal do Brasil, que já decidiu que a tese do Marco Temporal é inconstitucional.

POR FAVOR COMPARTILHE

URL curto

OFERTAR

Amazon Watch baseia-se em mais de 25 anos de solidariedade radical e eficaz com os povos indígenas em toda a Bacia Amazônica.

DOE AGORA

TOME A INICIATIVA

Defenda os defensores da Terra da Amazônia!

TOME A INICIATIVA

Fique informado

Receber o De olho na amazônia na sua caixa de entrada! Nunca compartilharemos suas informações com ninguém e você pode cancelar a assinatura a qualquer momento.

Subscrever