Após percorrer mais de 3,000 quilômetros desde a fronteira da soja brasileira até as margens da Baía de Guajará, A Caravana das Respostas chegou ontem a Belém., abrindo a Cúpula dos Povos na COP30 com uma poderosa mensagem de resistência e esperança. Mais de 200 barcos transportando mais de 5,000 indígenas, ribeirinhos, quilombolaE líderes de movimentos sociais lotaram a baía em um apelo histórico por justiça climática e territorial.
Da rota da soja aos rios da resistência
A caravana iniciou sua jornada em 4 de novembro em Sinop, Mato Grosso, refazendo a “rota da soja” do Brasil, mas desta vez em protesto. Organizada pela Aliança Chega de Soja com o apoio de Amazon WatchA caravana uniu mais de 40 organizações e comunidades da Amazônia e do Cerrado para denunciar o modelo destrutivo do agronegócio, a ferrovia Ferrogrão e os hidrovias industriais que ameaçam seus territórios.
“A COP não foi feita para nós, mas vamos à COP”, disse Gilson Tupinambá, do Conselho Indígena Tupinambá. “Estamos cercados por madeireiros, mineradores e plantações de soja, mas nossa resposta é a união: povos indígenas, famílias ribeirinhas e quilombolas "Juntos para a vida toda."
A viagem de barco até Belém
Em 8 de novembro, a caravana Partida de Santarém, iniciando uma viagem fluvial de 1,600 quilômetros até a cidade anfitriã da COP30. Ao longo do caminho, as comunidades se reuniram para assembleias e intercâmbios culturais, levando não apenas suas reivindicações, mas também alimentos agroecológicos para abastecer a Cozinha Solidária na Cúpula dos Povos, um exemplo vivo de soluções climáticas impulsionadas pela população.
“Nossa luta é contra os portos corporativos, as hidrovias e a Ferrogrão, mas também trazemos a resposta”, disse Amazon Watch Pedro Charbel, ativista brasileiro da Enough Soy Alliance, afirmou: “A resposta é agroecologia, solidariedade e territórios vivos com florestas preservadas e rios limpos.”
Chegada à COP30: “Sem as pessoas, não há solução climática”
Ao entrar na Baía de Guajará, o cacique Raoni Metuktire discursou para a multidão: “A floresta vive porque estamos aqui. Se expulsarem as pessoas, a floresta morrerá com elas. Não queremos perfuração de petróleo nem o Ferrogrão. O governo precisa mostrar respeito.”
Ele foi acompanhado por Alessandra Korap Munduruku, que lembrou ao mundo: “Os rios são nossas estradas e nosso lar. O futuro da Amazônia está nas mãos das pessoas que cuidam dela. Sem floresta viva e sem pessoas vivas, não há solução para a crise climática.”
Líderes femininas como Kokonã Metuktire e Vivi Borari reforçaram essa mensagem: “A soja contamina o solo, a água e o futuro. Levem nossa mensagem ao mundo: parem de ameaçar o futuro de nossos filhos.”
Uma mensagem para o mundo
Para a Amazon WatchApoiar essa jornada histórica fazia parte de sua missão. compromisso de longa data com a defesa da Amazônia e dos direitos indígenasOs negociadores dentro da Zona Azul devem ouvir esses apelos legítimos por justiça climática e territorial.
“O povo se manifesta: a floresta e o planeta não podem mais esperar. Não ao Ferrogrão. Justiça climática já!” Ao pôr do sol em Belém, os barcos permaneceram na água, com suas faixas proclamando uma verdade simples que acompanhou cada etapa da jornada: As pessoas são a resposta. A floresta vive porque elas vivem.





