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Movimento contra Belo Sun ganha força no Canadá

Com aliados no poder, incluindo a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, que oportunidades existem agora para interromper a mineração na Amazônia?

17 de janeiro de 2023 | Gabriela Sarmet | De olho na Amazônia

COP15 Biodiversidade Março. Dezembro de 2022. Crédito: Kamikia Kisedje/APIB

Em nosso mais recente campanhas de sucesso e ações presenciais e online para a campanha Belo Sun Out durante a COP15 Biodiversity Conference, conquistamos muitos aliados estratégicos na imprensa canadense, governo e sociedade civil. Agora em 2023, com um governo recém-eleito no Brasil, renovamos as esperanças e vislumbramos um horizonte de possibilidades, mas atentos e preparados para as manobras estratégicas do setor de mineração. A indústria pretende avançar na floresta amazônica, independentemente de qual governo esteja no poder. Portanto, devemos continuar nossos esforços contra a mineração na Amazônia, começando por tirar Belo Sun da Amazônia por meio de nossa campanha corporativa #ForaBeloSun, especialmente agora que temos mais aliados canadenses!

Como já apresentamos anteriormente, a Belo Sun Mining Corp. é uma mineradora de ouro canadense. O principal projeto da empresa, o Projeto Volta Grande (VGP), está atualmente em desenvolvimento na Volta Grande do Xingu, ou Curva Grande do Rio Xingu. A Volta Grande é uma região do estado do Pará, no Brasil, que compreende as terras localizadas na curva do rio Xingu dentro da floresta amazônica. Se construído, o projeto seria a maior mina de ouro a céu aberto da história do Brasil, ameaçando o já frágil ecossistema amazônico do qual as comunidades locais dependem para suas vidas e meios de subsistência.

Antes da COP15, lançamos Os riscos de investir na Belo Sun, um novo relatório que expõe as ameaças da empresa canadense à já frágil bacia do rio Xingu, uma das áreas de maior biodiversidade da Terra. O projeto pode ter efeitos devastadores sobre comunidades indígenas e agricultor comunidades e estabilidade climática na região amazônica e em todo o planeta. 

A desregulamentação do setor de mineração e a promoção de um “porto seguro” brasileiro para os investidores da mineração foram os principais legados do governo Bolsonaro, e esse é o cenário deixado para o governo Lula. Coordenado nos últimos quatro anos pelo governo anterior, agora derrotado pelo voto popular, o Iniciativa do Mercado de Mineração e Energia – um perigoso pacote de políticas de promoção da mineração que afrouxam as regulamentações enquanto criam novos fundos na Bolsa de Valores de São Paulo para facilitar a captação de recursos pelas mineradoras – está agora nas mãos do governo Lula. A iniciativa reflete a desregulamentação eticamente questionável do setor do agronegócio brasileiro e ecoa o modelo de regulamentação da mineração adotado no Canadá, onde o setor tem títulos e ativos na Bolsa de Valores que têm estimulado o aumento da especulação dos investidores. Alguns dos maiores desafios do novo mandato de Lula serão garantir que o governo brasileiro respeite e priorize totalmente a legislação ambiental e os direitos das comunidades afetadas ou potencialmente afetadas pelas operações de mineração sobre os lucros de alguns investidores.

Diante desse cenário, Amazon Watch sublinha a importância de prosseguirmos os nossos esforços coletivos para acompanhar de perto todas as ações das empresas mineiras canadianas que operam na Amazónia. Para tal, estamos a trabalhar em diferentes frentes com os nossos aliados canadianos para desmistificar o modelo mineiro canadiano e a sua falsa retórica de sustentabilidade, expondo as suas limitações e contradições. O Brasil tem muito a aprender com um país profundamente traumatizado pela violência na mineração como o Canadá, especialmente ouvindo suas Primeiras Nações e comunidades afetadas por essas operações extrativas. 

A ex-coordenadora executiva da nossa parceira de longa data, a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), Sonia Guajajara, agora está à frente do Ministério dos Povos Indígenas, nos apresentando mais oportunidades de contribuir com as políticas indigenistas no Brasil e internacionalmente. Também estamos confiantes de que os aprendizados e intercâmbios que a APIB compartilhou com as Primeiras Nações no Canadá, que começaram na COP15, podem se materializar em colaboração de longo prazo e mudanças políticas reais. Este é mais um exemplo de como todo o apoio dado às nossas campanhas tem sido fundamental para criar as condições necessárias para as transformações estruturais que queremos ver na Amazônia. Estamos aproveitando as oportunidades e seguindo com novas parcerias!

Com Marina Silva como a nova Ministra do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, queremos agora enfatizar o outro objetivo de nossa campanha contra a mineração canadense na Amazônia. Além de destacar a clara associação da mineração com as ameaças à perda de biodiversidade, nossa campanha também visa expor as conexões dessa extração predatória com a emergência climática. Ao denunciar as mudanças no equilíbrio ecológico de todos os territórios onde a mineração avança, seja na alteração da paisagem, na contaminação ou no desmatamento, nosso trabalho visa impactar as ações e posicionamentos políticos deste novo Ministério do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas brasileiro. 

Contamos com a energia positiva e a mobilização de nossos apoiadores para que, junto com nossos parceiros in loco no Canadá e nossos aliados no novo governo brasileiro, possamos avaliar e expor os riscos climáticos da destruição de um ecossistema tão crítico como o do Volta Grande do Xingu, ainda ameaçado pela mineradora canadense Belo Sun. Embora a licença da Belo Sun permaneça suspensa, novos relatórios de ameaças e violações de direitos contra os moradores locais continuam a surgir com frequência. Vamos precisar do seu apoio para continuar a tornar este projeto inviável e não lucrativo até que Belo Sun finalmente SAIA!

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