Sobrevoo revela destruição ambiental da Terra Indígena Munduruku | Amazon Watch
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Sobrevôo revela destruição ambiental da Terra Indígena Munduruku

Na bacia do Rio Tapajós, a equipe da Amazônia Real, com apoio da Amazon Watch, detectou desmatamento predatório, incêndios e atividade de mineração

9 de outubro de 2020 | Elaíze Farias e Marizilda Cruppe | Amazônia real

Manaus e Santarém, Brasil - Do sudoeste ao extremo sul do Pará, na bacia do rio Tapajós, a fumaça dos incêndios florestais causados ​​por incêndios criminosos atinge municípios e rodovias. Nas cidades de Trairão, Aveiro e Belterra, no sudoeste do Pará, e Jacareacanga, no extremo sul do estado, o céu é opaco e o ar sufocante: a fumaça tóxica das fogueiras se mistura com a neblina matinal. Mesmo nesta floresta tropical, as copas das árvores estão sucumbindo ao aumento anual dos incêndios e da degradação ambiental.

No dia 17 de setembro, a Amazônia Real, em parceria com Amazon Watch, testemunhou este ataque à floresta tropical, aos povos indígenas, aos pequenos agricultores e à biodiversidade de cima, durante um sobrevoo. Foi o segundo sobrevoo da agência neste ano. A primeira foi na divisa entre os estados de Rondônia e Amazonas. A nova rota do viaduto incluiu os municípios do entorno, rodovias e áreas das seguintes Florestas Nacionais (Flona): Jamanxim, Tapajós e Crepori; o Parque Nacional do Tapajós; a Área de Proteção Ambiental do Tapajós; e as Terras Indígenas Munduruku, Bragança-Murituba, Munduruku-Taquara e Sawré Muybu.

Do céu, a fumaça dos incêndios obscurece a destruição ambiental no solo - uma combinação de extensas áreas desmatadas, pastagens e vastos locais de mineração ilegal. Essas atividades causam um efeito cascata de danos ecológicos, desde a poluição dos rios, agravamento das condições de saúde, até o aumento dos conflitos sociais.

Focos em Unidades de Conservação (UCs) do Pará na BR-230 e BR-163

A líder indígena Alessandra Korap Munduruku afirma que o aumento do desmatamento na região do Tapajós é resultado da expansão do mercado de extração de recursos naturais e do agronegócio, que surgiu com força total em 2019 com a construção da ferrovia Ferrogrão para escoamento de soja e milho, além da chegada da multinacional mineradora Anglo-American.

Esses grandes projetos prometem prosperidade e atraem um grande número de trabalhadores, garimpeiros e madeireiros, aumentando a invasão e invasão de terras indígenas.

“Tudo o que você viu de cima [sobrevôo] é o que já vemos aqui embaixo. Sabemos dos projetos planejados para essa região, que vai do Mato Grosso ao Tapajós. Tudo o que era ilegal agora é legal ”, relata Alessandra Munduruku para a Amazônia Real.

Alessandra menciona o Ferrovia ferrogrão - também usado para transporte de grãos, hidrelétricas e mineração - como o principal vetor da devastação. “A mineração em terras indígenas do Médio Tapajós é muito grave, principalmente porque alguns [territórios] não foram homologados, como o Sawré Muybu. Eles já trouxeram jangadas e grandes máquinas. Outra coisa é a retirada de madeira. Em Sawré, já existe uma serraria, é cada vez maior a presença de madeireiros ”, destaca o dirigente.

O Pará é o estado brasileiro com maior índice de queimadas em 2020, se apenas o bioma Amazônia for levado em consideração. Entre 1º de janeiro e 6 de outubro, ocorreram 26,696 incêndios, segundo monitoramento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). No mesmo período de 2019, foram registrados 17,931 surtos, um aumento de 49 por cento. Ao contrário de 2015 e 2016, os estiagens de 2019 e 2020 não estão relacionados ao El Niño, fenômeno de aquecimento do Oceano Pacífico que causa redução drástica das chuvas na região norte do Brasil, interferindo nos padrões sazonais do clima.

O desmatamento também atingiu seus maiores índices no Pará. Em agosto do ano passado, o estado ocupava o primeiro lugar neste indicador sombrio. Naquele mês, o estado era responsável por 37% do desmatamento na região, seguido por Amazonas e Acre, segundo o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia - Imazon, entidade independente com sede em Belém. No total, a Amazônia viu um aumento de 68% nos alertas de desmatamento em agosto em relação ao mesmo período de 2019.

O sobrevôo

A equipe da Amazônia Real decolou na madrugada do dia 17 de setembro. Na região sobrevoada, o tráfego aéreo está intrinsecamente ligado à mineração, e mesmo uma simples viagem precisa ser feita com discrição. A equipe, ao tentar ver a floresta, logo percebeu a névoa úmida misturada à fumaça.

Arthur Massuda, analista de geoprocessamento que acompanhou o sobrevoo para identificar os focos de focos de incêndio, explica que o Médio e Alto Tapajós são formados por um mosaico de Unidades de Conservação (UCs) e Terras Indígenas ocupadas por complexos minerários de quilômetros de extensão, rios lamacentos de rejeitos e com jangadas e dragas em operação, bem como áreas desmatadas com fogo, com total desconsideração dos limites da UC.

“Ao sobrevoarmos a Terra Indígena Munduruku, a certa altura o piloto teve que mudar de rota devido à pouca visibilidade provocada pela fumaça ubíqua. Por se tratar de uma área de mineração, o fluxo de aviões clandestinos é intenso e as chances de colisão são reais. Do solo aos céus, é uma região dominada ”, relata o analista.

Segundo Massuda, a maioria dos incêndios ocorreu em áreas retangulares, indicando desmatamento intencional. Ele diz que, embora os incêndios tenham sido maiores próximo às rodovias que fazem fronteira com UCs e terras indígenas, essas áreas não estavam livres de fumaça e incêndios.

Pressão sobre Territórios Indígenas e Unidades de Conservação

A pedido da Amazônia Real e Amazon Watch, a pesquisadora Camila Ramos, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), analisou focos de calor na região sobrevoada pela equipe para servir de material de apoio, com base em dados do relatório “Incêndios na Amazônia Brasileira se Intensificam em Setembro." Esta análise utiliza dados do MAAP (Projeto de Monitoramento da Amazônia Andina), projeto de monitoramento de desmatamento e queimadas em tempo real conduzido pela ONG Associação de Conservação da Amazônia. Camila é doutoranda do Programa de Ciências das Florestas Tropicais do INPA. Estuda a dinâmica do desmatamento e das queimadas na Amazônia Central.

Camila Ramos alerta para o aumento de grandes incêndios no entorno e até mesmo nas Terras Indígenas (TIs) da bacia do rio Tapajós, principalmente as de Sawré Muybu e Munduruku, ambas habitadas pelos Munduruku.

Ela afirma que duas Terras Indígenas e a porção sul da cidade de Jacareacanga tiveram um aumento de duas a seis vezes nos focos de calor entre 1º de julho e 17 de setembro (a chamada “estação das queimadas”), em comparação com a mesmo período em 2019.

Segundo Camila, a situação da TI Sawré Muybu, no Médio Tapajós, é uma das mais preocupantes. No território, o número de incêndios passou de 10 para 23 no período analisado, um aumento de 130%. Mas quando a análise é ampliada para um raio de 15 quilômetros ao redor da Terra Indígena, o MAAP detecta 443 focos de calor, ante 67 no ano passado.

“É claro que, no caso da TI Sawré Muybu, a pressão está nas margens de seu território, com aumento de 560% nos pontos quentes”, destaca Camila. Os Munduruku de Sawré estão em situação vulnerável, pois sua TI ainda não foi ratificada.

Apenas a porção sul do município de Jacareacanga, vizinho às TIs Munduruku e Kayabi, é comparável à expansão dos hot spots ao redor da Terra Sawré Muybu. Neste ano, de 1º de julho a 17 de setembro, houve aumento de 497% em relação ao mesmo período de 2019, passando de 203 para 1,213 vagas.

“Esse aumento é uma bandeira vermelha, indicando um aumento preocupante do uso do fogo para essa região do sul do Pará próximo ao norte do Mato Grosso”, explica Camila. Segundo o pesquisador, essa pode ser uma tentativa de marcar TIs para futuras grilagens.

Ela também aponta para a expansão acelerada das atividades de mineração dentro e ao redor das TIs. Segundo Camila, atualmente está ocorrendo na TI Munduruku, de sul a norte, conforme detectado pelo MAAP.

“No mapa observado, podem ser identificadas cinco áreas de mineração, localizadas no entorno do rio Marupá. Esse progresso vem ocorrendo ano a ano. A Zona 1, a mais antiga, está ativa e em expansão, enquanto a Zona 2 teve início em 2017, a oeste de Rio das Tropas. Nos próximos dois anos, os garimpeiros avançaram para a Zona 3, em outra parte do mesmo rio e que ainda está em expansão ”, afirma.

Este ano, de maio a setembro - em plena pandemia do coronavírus - as imagens de satélite detectaram “um aumento de manchas esbranquiçadas no meio da mata verde, como se fossem veios abertos de destruição florestal”, informa o relatório do MAAP.

Esses pontos indicam que a mineração está avançando sobre a Zona 4, localizada entre o Rio das Tropas e o Rio Cabitura (ou Cabitutu), e próximo a algumas aldeias. A Zona 5, a oeste de Rio das Tropas e ao norte da TI Munduruku, já havia iniciado suas atividades em 2018, mas acelerou em 2019 e neste ano.

“A mineração ilegal cresceu rapidamente dentro da TI Munduruku nos últimos anos, avançando em novas áreas a serem exploradas. Isso impacta rios, córregos e aumenta o desmatamento do território ”, avisa Camila.

Ela destaca ainda que, embora seja uma atividade ilegal, a mineração não só pressiona as comunidades indígenas, mas também expande seus tentáculos para a política. Com um governo solidário com sua causa, o cenário torna-se assustador. No início deste ano, o presidente Jair Bolsonaro apresentou ao Congresso um projeto de lei (Projeto de Lei - PL 191) que permite a exploração econômica de recursos hídricos, pecuária e mineração nas TIs.

“Essa sinalização e expectativa de que o governo vai aprovar a mineração nas TIs aumenta o número de invasores e áreas degradadas. Esses invasores enganam e coagem os índios Munduruku a cooperar e participar das atividades de mineração, levando à rápida destruição da floresta ”, acrescenta a pesquisadora Camila Ramos.

Segundo Alessandra Munduruku, o governo de Jair Bolsonaro não reconhece a existência de povos indígenas quando autoriza a exploração dos recursos naturais em terras indígenas, e o faz sem consultá-los.

“Eles querem vender a Amazônia com todos nós lá dentro. Digo 'nós' referindo-me aos indígenas, à população ribeirinha ... Tem os animais, o ecossistema que depende um do outro: rio, mata, raízes, peixes. As árvores dependem de nós. Tudo está ligado entre si. O governo nega nossa existência. Somente pessoas de outros estados, de outras regiões e países têm o direito de explorar e expulsar. E por que não temos esse direito, já que vivemos aqui há tantos anos? ” ela pergunta.

Segundo o pesquisador Paulo Barreto, do Imazon, os três componentes que impulsionam o desmatamento na região são os mercados de ouro e pecuária, condições que viabilizam outros setores, como a extração de madeira.

“Essa força de mercado é muito impressionante. Muitas pessoas dizem que não são os agricultores que estão fazendo isso, mas o grileiros (grileiros). Mas está tudo conectado. Tem um cara de um lado agindo como grileiro, praticamente roubando terras públicas porque o preço da terra é alto e ele vai ganhar dinheiro porque depois vai arrumar gado ou vai vender pra alguém. E o preço é alto porque os frigoríficos estão comprando gado a um preço alto, o grileiro é a ponta do agronegócio, ele faz parte dessa cadeia ”, afirma Barreto.

Mineração e Falta de Monitoramento Ambiental

Segundo Paulo Barreto, o aumento do preço do gado, as exportações para a China, a pavimentação de rodovias e a redução da fiscalização ambiental estão entre os principais agentes da expansão da nova fronteira nessa região paraense. A mineração é incentivada pelo aumento do valor do ouro.

Barreto explica que o preço do gado subiu 58% desde 2018, e as exportações para a China, um dos principais consumidores do produto, foi um dos motivos desse aumento. A mineração foi incentivada por um aumento de 40% no preço do ouro desde 2018. E 80% da área desmatada já está sendo usada para agricultura e pastagem.

“O governo reduziu a fiscalização ambiental em 35% em 2019 em relação a 2018 e permaneceu insuficiente em 2020. Bolsonaro prometeu abrir terras indígenas para mineração, energia e agricultura. Embora ele só tenha submetido o projeto ao Congresso este ano, a promessa, combinada com a redução da fiscalização, é suficiente para os invasores agirem. Ele também prometeu revisar áreas já reconhecidas e não criar novas. Em dezembro de 2019, o Bolsonaro lançou um projeto de lei que beneficiava invasores de terras públicas, que foi derrotado por pressões da sociedade, mas o governo continua prometendo titulação de terras aos invasores ”, diz Barreto.

Segundo Barreto, esses fatores contribuíram para o desmatamento nos últimos dois anos. A ameaça poderia deixar de existir e o desmatamento diminuiria se o governo efetivamente cumprisse as leis de proteção florestal. “A floresta está vulnerável e as coisas estão piorando há alguns anos. Pior ainda durante a atual administração. Quando você tem essa floresta vulnerável, que tipo de proteção existe? Que lei foi aplicada? Uma medida é enfraquecer a lei, perdoar, conceder anistia. A outra é reduzir a fiscalização ”, afirma.

Para Barreto, o discurso de Bolsonaro estimula o crime, põe em risco os direitos indígenas e, mesmo quando suas ações anti-ambientais são combatidas (como o Congresso Nacional ou o Supremo Tribunal Federal), os efeitos na vida real já estão acontecendo. “Ele prejudica [a proteção ambiental] ao estimular o crime, pois promete que não haverá fiscalização”, afirma.

O que a administração Bolsonaro afirma

A Amazônia Real entrou em contato com o Ministério do Meio Ambiente, IBAMA, FUNAI e Ministério da Defesa, responsável pela Operação Brasil Verde 2 - o envio de militares para combater o desmatamento na Amazônia - para saber mais sobre as ações que estão sendo tomadas para combater incêndios e ilegais atividades nas áreas observadas no voo. Apenas o Ministério da Defesa respondeu, mas se limitou a fornecer informações institucionais e gerais sobre a área de abrangência da operação, fazer comparações territoriais com outras partes do mundo e fornecer informações sobre apreensão de equipamentos. A resposta não aborda as áreas mencionadas neste relatório.

“A área da Amazônia Legal (Amazônia Legal), coberta pela Operação Brasil Verde 2, tem dimensões de um continente, que vai do estado do Acre à fronteira dos estados do Pará e Maranhão, passando pelos estados do Amazonas e Mato Grosso ( cerca de 700,000 kmXNUMX), portanto, equivalente à área combinada dos seguintes estados norte-americanos: Illinois, Kentucky, Indiana, Ohio, Virgínia e Pensilvânia. Para uma operação de tais dimensões, sobretudo num momento em que o país é injustamente acusado de não cuidar da região, as Forças Armadas desempenham um papel crucial devido às suas capacidades operacionais e logísticas únicas, essenciais para apoiar oportunamente os esforços de todos os órgãos ambientais envolvidos ”, diz trecho da resposta.

Pressão sobre as florestas nativas

As Unidades de Conservação localizadas entre as rodovias BR-163 e BR-230 no Pará também apresentaram aumento de focos no período analisado, entre 1º de julho e 17 de setembro de 2020 em relação a 2019.

Segundo Camila Ramos, as áreas que tiveram o maior aumento percentual foram Flona Tapajós (280%), Flona de Itaituba II (252%), Parna do Jamanxim (138%) e APA do Tapajós (45%). A Flona do Jamanxim apresentou o maior número de pontos quentes neste período em 2020, um total de 5,826 pontos, e um aumento de 10% em relação a 2019.

O vice-presidente da Associação de Moradores da Flona Tapajós, Victor Fernandes, disse à Amazônia Real que nos últimos anos (principalmente a partir de 2019), a região foi invadida por madeireiros. Também houve um aumento de “pesquisadores” que realizam estudos sobre atividades de mineração.

“Como se não bastasse, há também a grilagem e o pessoal do agronegócio que está invadindo a todo vapor. No entorno da Flona Tapajós, agora praticamente não existe mais floresta. Existe apenas soja, milho e arroz. Para nós que defendemos, que lutamos dentro de Flona, ​​tem sido um grande obstáculo. Muito pouco veio de políticas públicas para nós aqui. Graças a Deus estamos fazendo parceria com ONGs. Temos sobrevivido. Também atuamos como guardiões, sempre vigilantes com a floresta nacional ”, afirma.

Mas a luta dessas populações tradicionais para impedir que madeireiros, produtores de soja e pecuaristas destruam a floresta tem sido difícil. O mapa territorial da Flona Tapajós passou por mudanças drásticas com a pressão do setor econômico, segundo Victor Fernandes.

“Outra situação que todos os anos nos preocupa bastante são os incêndios. Não porque membros da comunidade ou residentes tradicionais atearam fogo na floresta. Não sabemos se são os madeireiros, pessoas interessadas em destruir a floresta ou coisas do gênero. Temos ajudado de certa forma no combate aos incêndios, então nós aqui da Flona temos estado atentos a essa situação, temos trabalhado com o corpo de bombeiros, temos feito esse trabalho de proteção ”, afirma.

As consequências das pressões externas têm causado sérios problemas ambientais e de saúde às comunidades tradicionais da Flora. Segundo Victor, o veneno dos agrotóxicos penetra nas áreas da Flona, ​​ameaçando as lavouras dos pequenos agricultores.

“Este é o sustento de nossas famílias, nossa renda; vem dessa agricultura familiar. Nós tivemos essa dificuldade, esse aumento da grilagem de terras por quem tem poder econômico nos sufocou. Afetou e mudou nossas vidas de forma abrupta ”, afirma Victor Fernandes.

Amazônia Real é uma agência de notícias investigativas independente, com sede em Manaus, Amazonas, com foco na cobertura do meio ambiente e das comunidades isoladas da Amazônia.

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