Guardiões se unem: defendendo o Xingu contra a ameaça de Belo Sun | Amazon Watch
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Guardiões se unem: defendendo o Xingu contra a ameaça de Belo Sun

6 de fevereiro de 2024 | Gabriela Sarmet | De olho na Amazônia

No mês passado, voltamos do coração da floresta amazônica brasileira, onde a urgência de salvaguardar a região da Volta Grande do Xingu se tornou mais evidente do que nunca. Dedicamos três dias críticos ao Encontro dos Guardiões do Rio Xingu na Ilha Canari, explorando os graves desafios enfrentados pela população local à luz da Projeto de mineração da Belo Sun.

Com mais de 200 participantes, entre comunidades ribeirinhas, pescadores, pequenos agricultores, povos indígenas e ativistas socioambientais, o Encontro dos Guardiões do Xingu enfatizou a urgência de troca de experiências e táticas de resistência. Também destacou a necessidade premente de discutir a governança do Rio Xingu, uma tábua de salvação vital para inúmeras comunidades. Pessoalmente, foi uma experiência agridoce testemunhar com meus próprios olhos o poder e a majestade do rio Xingu, justaposto ao desespero daqueles que dele dependem.

Esta forma de organização no terreno é precisamente o que a Belo Sun do Canadá mais teme, pois ameaça a imprudência da empresa planeja escavar a maior mina de ouro a céu aberto do Brasil nas margens do Rio Xingu. Por esta razão, a empresa recorreu à intimidação legal obscena dos seus oponentes através de esforços recentes para criminalizar os defensores da Amazônia. A Reunião foi um momento chave para reafirmar a nossa resistência colectiva e compreender as realidades das comunidades locais que lutam não só com as consequências imediatas da desastrosa barragem hidroeléctrica de Belo Monte, mas também com a ameaça iminente da mina proposta pela Belo Sun. 

Os retumbantes pedidos de ajuda ecoam pela Amazónia, revelando a escassez de água, a grave insegurança alimentar e os impactos económicos e sanitários das violações ambientais que pintam um quadro desolador. Nossa missão era ouvir, compreender e defender aqueles que estão na linha de frente. 

Soamos o alarme sobre o padrão familiar de empresas, como a Norte Energia, responsável pela barragem de Belo Monte, que fazem promessas que não cumprem. Reforçamos o ceticismo em relação à Belo Sun com um aviso severo: a história se repete e surge o mesmo padrão de promessas não cumpridas, indicando a probabilidade de que a obscura e subfinanciada Belo Sun terá dificuldades para cumprir os compromissos socioambientais que está assumindo.

Amazon WatchA presença de Aguilar acrescentou peso, elevando a discussão crítica sobre a ameaça representada pela mineração na Amazônia. Esta ameaça estende-se para além dos direitos locais ao equilíbrio climático global, uma vez que a floresta tropical desempenha um papel fundamental na regulação das temperaturas e na sustentação do ciclo da água.

A representação do governo federal esteve notavelmente ausente do diálogo. Apenas um funcionário do Ministério do Desenvolvimento Agrário, que abriga a agência de reforma agrária INCRA, que havia celebrado ilicitamente um acordo com a Belo Sun, apareceu. Isto sublinha a falta de responsabilização e responsabilidade demonstrada pelos órgãos governamentais para com as comunidades afectadas.

Nosso objetivo imediato é desafiar a legalidade Acordo do INCRA com Belo Sun, afirmando a incompatibilidade fundamental das atividades mineiras em territórios designados para a produção de alimentos. Numa nação que luta contra a fome, dar prioridade ao acesso à terra para a autonomia local e a soberania alimentar tem precedência sobre os interesses financeiros duvidosos que estão a impulsionar a destruição da Amazónia.

Nosso compromisso é inabalável. Continuaremos a responsabilizar estes intervenientes e a enfatizar a narrativa da necessidade urgente de territórios livres de mineração. Num apelo coletivo à ação, ecoamos os sentimentos das linhas de frente: a verdadeira riqueza da Amazônia não reside no ouro, mas na preservação do delicado equilíbrio que sustenta a vida ao longo da Volta Grande do Xingu.

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