Quando começou o conflito no território Shuar em #Nankints, a Federação Nacional das Nacionalidades Indígenas do Equador (CONAIE) e a Confederação das Nacionalidades Indígenas da Amazônia Equatoriana (CONFENIAE) alertaram que a militarização levaria à violência. No dia 22 de novembro, pedimos aos Ministérios do Interior e da Defesa, ao Comando Conjunto das Forças Armadas e à Ouvidoria de Direitos Humanos o fim da violência e da militarização para proteger a vida de todos os envolvidos e construir uma solução para o conflito com base no diálogo. O Estado não deu ouvidos.
A escalada da violência em Nankints, em decorrência da invasão de territórios indígenas por uma empresa chinesa, é responsabilidade do governo, que não teve vontade de ouvir, dialogar e resolver conflitos. Lamentamos a perda de vidas humanas devido à insistência do governo em continuar a extração de recursos naturais, violando os direitos constitucionais dos cidadãos indígenas equatorianos e em enviar policiais e militares para proteger os interesses privados de empresas multinacionais. É um conflito criado e aprofundado pelo governo, já que não fez consulta prévia [às comunidades], militarizou inconstitucionalmente os territórios indígenas e não deu ouvidos às propostas de solução negociada apresentadas pelas organizações e atores diretamente envolvidos. no conflito.
Insistimos que, até agosto deste ano, a Comunidade de Nankints manteve diálogos com várias instituições governamentais para chegar a um acordo e realizar um processo de consulta livre, prévia e informada de acordo com a lei, diálogos que foram interrompidos pelo despejo violento de Famílias Shuar pelas forças de segurança e a invasão de seu território pela empresa chinesa Explocobres SA (EXSA).
Como “solução”, o governo declarou estado de emergência na província de Morona Santiago, agravando ainda mais a tensão na região. Destaca a vulnerabilidade dos direitos das comunidades que resistem ao despejo e a intenção do governo de prosseguir com uma ofensiva militar. [Também] prepara o terreno para um processo massivo de perseguição criminal ao direito de protesto e põe em risco a garantia dos direitos constitucionais das comunidades de Morona Santiago.
Reiteramos nosso pedido às organizações nacionais e internacionais de direitos humanos para colaborar na proteção dos direitos, da vida e da integridade da comunidade Shuar e de todas as [pessoas] envolvidas nesta situação, e pedimos a solidariedade do povo para exigir a desmilitarização e o fim das ações violentas que beneficiam as empresas chinesas.
Conselhos Diretivos da CONAIE e CONFENIAE
Jorge Herrera
PRESIDENTE DA CONAIE
marlon vargas
PRESIDENTE DA CONFENIAE