Um grupo de guerreiros indígenas Waorani teria cometido assassinatos por vingança contra outros povos indígenas nas profundezas da Amazônia equatoriana. Esta última onda segue o 5 de março mortes de Ompore e Bogueney, um casal Waorani idoso morto por um grupo de Taromenane na comunidade de Yarentaro, província de Orellana. Ainda não se sabe exatamente quantos Taromenane foram mortos na última violência. Relatórios não verificados indicam que uma família inteira de talvez 18 pessoas foi massacrada quando os Waorani armados encontraram uma casa em Taromenane no meio da floresta. Um sobrevôo militar revelou uma casa queimada no interior do Parque Nacional Yasuní. Duas jovens garotas de Taromenane teriam sido levadas e atualmente estão detidas em uma comunidade Waorani.
Os Taromenane são um dos dois subgrupos Waorani, junto com os Tagaeri, que vivem em isolamento voluntário na Amazônia equatoriana. Eles vivem dentro e ao redor do Parque Nacional Yasuní, cruzando a fronteira com o norte do Peru. A extração, colonização e desenvolvimento de recursos naturais reduziram muito o território Tagaeri-Taromenane, colocando ambos os grupos em um risco cada vez maior de contato.
Em um comunicado escrito, Humberto Cholango, presidente da Federação Indígena Nacional do Equador, CONAIE, disse: “Este é o resultado de um problema estrutural. O modelo de desenvolvimento seguido pelo Estado equatoriano desde o início da era do petróleo não fez nada além de aumentar a pressão sobre a vida das nacionalidades indígenas ... Essas pressões sobre os territórios indígenas provocaram conflitos entre Waorani e os Tagaeri e Taromenane, encontros que se transformaram em confrontos violentos. ”
Antes de matar Ompore e Bogueney, os Taromenane expressaram sua raiva com o barulho, o desmatamento e as plataformas de petróleo em seu território, alegando que os Waorani não fizeram o suficiente para evitar esta incursão em sua terra ancestral.
Amazon Watch opõe-se a qualquer tentativa de contacto à força com os povos indígenas que vivem em isolamento voluntário, pois isso resulta frequentemente no aumento da violência, na morte e na perda cultural. Pedimos ao governo equatoriano que respeite e faça cumprir o Plano de Medidas Preventivas, que tem sido mal implementado desde a sua criação. O Plano estabelece directrizes rigorosas para a protecção de uma zona proibida, livre de indústria, desenvolvimento e colonização, estabelecida para salvaguardar os direitos humanos dos povos isolados. Apoiamos a saída imediata da indústria extractiva do território Tagaeri-Taromenane, uma moratória sobre novas licenças para operar neste território, e a promoção de alternativas económicas para minimizar o impacto do petróleo e da exploração madeireira na região. Se não forem tomadas medidas imediatas para proteger o direito desses povos indígenas de permanecerem em isolamento voluntário, eles desaparecerão para sempre.
