São Paulo, Brasil - O Ministério Público Federal está investigando as alegações de que o consórcio que construiu uma enorme barragem no coração da floresta amazônica espionou um grupo de ativistas ambientais que se opõe à barragem.
O Ministério Público do Estado do Pará informou em seu site que o grupo Xingu Vivo Para Sempre afirma que o Consórcio Construtor de Belo Monte pagava à pessoa 5,000 reais (US $ 2,500) por mês para gravar reuniões e fotografar e identificar os integrantes do grupo.
O grupo ativista disse em seu próprio site que o suposto espião confessou depois de ser pego no domingo, gravando a reunião anual de planejamento da organização.
O consórcio contratou o suposto espião em outubro passado para “identificar líderes entre os trabalhadores que poderiam organizar greves”, disse o Xingu Alive Forever. Dois meses depois, disse o grupo ativista, o espião recebeu ordens de “se infiltrar no grupo, participar de suas reuniões e monitorar seus participantes”.
A assessoria de imprensa do consórcio disse que não tinha comentários imediatos porque não havia sido oficialmente notificada sobre a investigação.
Um funcionário da promotoria disse que o consórcio poderia “ser acusado de cometer um crime contra o direito dos trabalhadores de se organizarem”.
“Se forem considerados culpados, os responsáveis podem pegar penas de prisão de até um ano e multas a serem definidas por um juiz”, acrescentou ela. Ela falou sob condição de anonimato porque não estava autorizada a falar com a mídia.
A barragem de Belo Monte, de US $ 11 bilhões e 11,000 megawatts, no rio Xingu que alimenta a Amazônia, será a terceira maior produtora de energia hidrelétrica do mundo, atrás apenas das barragens das Três Gargantas e de Itaipu, que fica na fronteira entre Brasil e Paraguai.
O governo disse que será uma fonte de energia limpa e renovável e que os danos ao meio ambiente serão minimizados.
Mas ambientalistas e grupos indígenas dizem que a represa devastaria a vida selvagem e os meios de vida de 40,000 pessoas que vivem na área a ser inundada.