Alerta ao investidor: Belo Sun divulga informações enganosas aos investidores sobre polêmico projeto de mineração de ouro na Amazônia brasileira | Amazon Watch
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Alerta ao investidor: Belo Sun divulga informações enganosas aos investidores em relação ao polêmico projeto de mineração de ouro na Amazônia brasileira

29 de julho de 2021 | Para divulgação imediata


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Oakland, CA - Em um artigo do reclamação para a Comissão de Valores de Ontário, uma coalizão internacional de organizações da sociedade civil chama a atenção para a disseminação repetida de informações enganosas pela Belo Sun Mining Corp (TSXV: BSX), incluindo declarações do CEO Peter Tagliamonte, minimizando os riscos socioambientais, legais e financeiros da “Volta Grande ”projeto ao longo do rio Xingu.

A mineradora canadense Belo Sun Corp. (TSXV: BSX) está divulgando informações enganosas e incompletas aos investidores sobre o projeto de mineração que está tentando desenvolver no rio Xingu (Volta Grande do Xingu), Estado do Pará, Brasil.

Esta é a mensagem central de uma carta de advertência enviada à Comissão de Valores Mobiliários de Ontário (OSC) em 29 de julho por uma coalizão internacional de organizações e redes da sociedade civil, incluindo Amazon Watch, Earthworks, Instituto Socioambiental (ISA), Associação Interamericana de Defesa Ambiental (AIDA), International Rivers, MiningWatch Canada, Movimento Xingu Vivo para Sempre e Rede Xingu+. A OSC é uma corporação independente da Coroa Canadense responsável por proteger acionistas e investidores de práticas injustas, impróprias e fraudulentas de empresas e indústrias.

Elaborada por uma equipe jurídica e apoiada por análises técnicas e científicas independentes, a carta de reclamação desafia as recentes declarações do CEO da Belo Sun, Peter Tagliamonte. Em um discurso no Associação de Prospetores e Desenvolvedores do Canadá (PDAC) evento de março de 2021, maior convenção de mineração do mundo, Tagliamonte citou a pandemia COVID-19 como justificativa para repetidos atrasos no licenciamento ambiental da mina Volta Grande, alegando que o projeto de mineração estava “totalmente autorizado” e que a construção estava previsto para começar no final de 2021. Comentários semelhantes foram feitas em declarações recentes da empresa, e por O próprio tagliamonte em outras ocasiões.

De acordo com a denúncia, tais declarações são patentemente falsas. Há sete ações civis públicas em andamento na Justiça brasileira, solicitando a suspensão das autorizações e do processo de licenciamento, movidas pelos Ministérios Públicos Federal e Estaduais e Defensores do Estado. Esses processos se concentram especificamente nas irregularidades na Avaliação de Impacto Ambiental (EIA) e na falta de consulta e consentimento livre, prévio e informado com os povos indígenas e outras comunidades tradicionais.

A coalizão argumenta que há evidências esmagadoras de que Belo Sun violou os requisitos de divulgação do Securities Act, que exige que as empresas divulguem as mudanças materiais “imediatamente” (sem demora). As empresas devem divulgar dados factuais e atualizados para manter os investidores bem informados.

Informações enganosas divulgadas pela Belo Sun Mining Corp.

De acordo com a denúncia, embora a empresa reconheça os riscos genéricos associados ao processo de licenciamento, ela não divulga os detalhes concretos das ações judiciais e suspensões em andamento de seu projeto, baseando-se no desconhecimento dos investidores sobre a legislação de licenciamento no Brasil.

Um exemplo refere-se especificamente à suspensão da licença de construção (LI), devido à falta de “consulta livre e informada” aos povos indígenas. Em sua Atualização Corporativa mais recente, Belo Sun afirma que “continua avançando nas discussões financeiras com vários grupos em preparação para o início da construção após o levantamento da suspensão da licença de construção (LI)”.

“A empresa nem iniciou um processo de consulta - que agora está atrasado pelo COVID-19 - e já anuncia o levantamento da suspensão, como se fosse uma questão de tempo”, afirma Marcella Ribeiro, advogada da Humana AIDA Direitos e Programa de Meio Ambiente. “A empresa não está em condições de garantir os resultados do processo de consulta, pois as negociações em torno do consentimento são demoradas e, invariavelmente, resultarão em grandes mudanças materiais no projeto. Nada disso está sendo divulgado adequadamente aos investidores ”, completa.

Entre os riscos associados aos investimentos em Belo Sun, a denúncia destaca o histórico dos processos judiciais; conflito em torno do projeto; as falhas e lacunas na avaliação de impacto ambiental; e a violação do direito dos Povos Indígenas à consulta prévia.

A minimização dos riscos ambientais e sociais pelos estudos e avaliações de impacto da empresa soou o alarme entre as comunidades da região de Volta Grande, já afetada pela barragem de Belo Monte. UMA série de estudos técnicos independentes questionar as declarações da Belo Sun sobre os impactos aos recursos hídricos, à fauna e flora e à segurança de barragens.

A recusa da empresa em reconhecer impactos em Terras Indígenas ao longo do rio Xingu levou à decisão judicial que suspendeu a licença de instalação do empreendimento Volta Grande em 2017 até que fosse realizada “consulta livre e informada”. Também há cada vez mais relatos de intimidação e assédio contra oponentes do projeto, o que demonstra uma situação muito mais complexa e contenciosa em decorrência do projeto do que o que foi divulgado pela empresa, destaca a denúncia.

A coalizão conclui que “Belo Sun falhou em comunicar totalmente aos investidores atuais e potenciais sobre a natureza complexa de seu projeto”, o que tem uma “implicação direta para atrasos e levanta questões fundamentais sobre a viabilidade do projeto”. A carta entregue ao OSC visa dar maior visibilidade às diversas irregularidades do projeto e conscientizar investidores atuais e potenciais sobre os principais riscos de reputação e jurídicos inerentes ao projeto, em um momento em que as atenções estão voltadas para a floresta amazônica e sua capacidade de fornecer serviços ambientais e mitigar as mudanças climáticas.

Sobre o Projeto Volta Grande de Belo Sun

Proposta para desenvolvimento ao longo da Volta Grande, um trecho do rio Xingu (grande afluente do Amazonas) que é um dos locais de maior biodiversidade do planeta, o projeto de Belo Sun seria o maior mina de ouro a céu aberto do Brasil. A região abriga indígenas como Juruna (Yudjá), Arara e Xikrin, além de outras comunidades indígenas isoladas e ribeirinhas.

Desde o início, Belo Sun enfrentou inúmeras ações judiciais relacionadas ao Projeto Volta Grande, movidas pelo Ministério Público Federal, Ministério Público Estadual, Defensoria Pública Estadual e Defensoria Pública da União. Todas essas ações referem-se a múltiplas falhas no processo de licenciamento e nos estudos técnicos do projeto. Entre outras coisas, as ações buscam o cancelamento das licenças da empresa e a suspensão do processo de licenciamento do empreendimento. Um deles resultou em decisão judicial, ainda válida, de suspender a licença de construção da Belo Sun.

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