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Oficial ambiental assassinado na Amazônia brasileira

19 de outubro de 2016

Na quinta-feira, 13 de outubro, Luiz Alberto Araújo, 54 anos, que chefiava a secretaria de meio ambiente da prefeitura de Altamira, no estado amazônico do Pará, foi morto por dois pistoleiros. Eles dirigiram até seu carro e dispararam nove tiros nele, na frente de sua esposa e dois enteados. Nada foi roubado e acredita-se que o assassinato tenha sido um assassinato político.

Em seus esforços para fazer cumprir a legislação ambiental na região amazônica, em grande parte sem lei, Araújo fez inimigos poderosos. Ele, junto com outros, forneceu informações à Polícia Federal e ao Ministério Público Federal (MPF), órgão independente do governo, que lhes permitiu lançar Operação Rios Voadores (Operação Flying Rivers) no início deste ano.

A investigação da extração ilegal de madeira, uma das maiores na Amazônia nos últimos tempos, resultou em 24 prisões, incluindo a do líder da quadrilha, Antonio José Junqueira Vilela Filho, conhecido como AJJ. Ele e seu filho foram acusados ​​de invadir ilegalmente a floresta amazônica, extraindo valiosas madeiras duras, cortando e queimando o restante da floresta e transformando-a em pasto para o gado.

De acordo com Luciano Evaristo, diretor de Proteção Ambiental do Ibama, o AJJ desenvolveu um novo método para derrubar a floresta. “Ele empregou técnicos de geoprocessamento para organizar inúmeras operações de pequena escala”, disse ele.

Os técnicos garantiram que as árvores mais altas ficassem de pé para que os satélites operados pelo INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) não detectassem o corte em larga escala que estava acontecendo abaixo do dossel.

Segundo a polícia, os trabalhadores que desmatavam a floresta eram mantidos “em condições análogas à escravidão”.

O grupo de AJJ desmatou 294 quilômetros quadrados (113 milhas quadradas) de floresta ao redor de Altamira. AJJ foi multada em R $ 119.8 milhões (US $ 37 milhões), a maior multa já imposta na Amazônia brasileira, por dez anos de desmatamento ilegal.

Luis Alberto Araújo também contribuiu para Operação Castanheira (Operação Castanha do Brasil) em 2014, que descobriu desmatamento ilegal em grande escala na cidade de Novo Progresso, no sudoeste do Pará.

Mais recentemente, em fevereiro deste ano, a equipe de Araújo coletou toneladas de peixes mortos enterrados secretamente perto da gigante hidrelétrica de Belo Monte, localizada nos arredores de Altamira, que começou a operar no início deste ano.

Como resultado, Norte Energia, a empresa responsável por Belo Monte, foi multada em RS $ 35.3 milhões (US $ 11.0 milhões) pelas 16.2 toneladas de peixes mortos ilegalmente durante o alagamento do reservatório da barragem.

Araújo é o último de uma longa lista de ambientalistas assassinados no Brasil. De acordo com a ONG Global Witness, 448 ambientalistas foram mortos no Brasil entre 2002-2013. Isso foi metade do total de mortos em todo o mundo.

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