Presidente equatoriano declara “guerra” contra ambientalistas por críticas ao oleoduto | Amazon Watch
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Presidente equatoriano declara "guerra" aos ambientalistas pela crítica ao oleoduto

18 de maio de 2001 | HOY

“Ninguém vai nos ferrar”: Noboa

Guayaquil - Citando a pressão do Fundo Monetário Internacional, o presidente equatoriano Gustavo Noboa criticou os ambientalistas por suas críticas a um grande projeto de oleoduto em uma entrevista coletiva ontem.

Ambientalistas, grupos indígenas, organizações de direitos humanos e populações locais ao longo da rota do oleoduto OCP de 500 quilômetros, que se estende da bacia amazônica através da Cordilheira dos Andes até a costa do Pacífico, expressaram preocupação com os impactos ambientais e sociais.

O governo equatoriano considera o novo gasoduto de vital importância para a economia prejudicada do país. Protestos públicos, uma ação judicial e uma enxurrada de cartas de oposição provocaram uma reação indignada de Noboa ontem, que se irritou: “Não vou deixar ninguém mexer com o país, vou dar-lhes a guerra”.

Ambientalistas e comunidades locais criticaram duramente o OCP por cruzar as frágeis florestas de nuvens ao redor do vale Mindo, nas encostas ocidentais dos Andes. A área abriga uma florescente indústria de ecoturismo e um ponto importante de conservação global, com cerca de 450 espécies de pássaros.

Referindo-se à ampla oposição nacional e internacional à rota, Noboa a considerou procedente de “quatro idiotas e alguns prefeitos”.

O presidente insistiu que o gasoduto seguirá em frente, "goste ou não", e que a polêmica rota Mindo proposta pelo consórcio OCP (Alberta Energy, Occidental Petroleum, Repsol-YPF, Agip, Perez-Companc y Kerr-McGee) foi a rota preferida por seu governo.

Essas declarações pegaram ambientalistas e funcionários do governo de surpresa. O Estudo de Impacto Ambiental (EIA) apresentado pelo OCP está atualmente a ser revisto por técnicos dos Ministérios da Energia e Ambiente, não estando prevista uma decisão para várias semanas. Em comunicado elaborado, divulgado momentos antes do discurso da presidente, a ministra do Meio Ambiente, Lourdes Luque, manifestou sérias reservas quanto à qualidade técnica do EIA e sinalizou que solicita análises mais aprofundadas ao OCP, principalmente no que se refere à seleção do traçado.

Noboa também afirmou que o Fundo Monetário Internacional endossa sua posição, dada a importância fundamental do gasoduto para a economia do Equador. A imprensa local noticiou que Jeffrey Franks, Representante do FMI no Equador, advertiu o governo de que o gasoduto deve avançar rapidamente ou correrá o risco de comprometer o apoio econômico internacional.

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