Petróleos del Perú – Petroperú SA é uma empresa estatal de petróleo que atua nos negócios de midstream e downstream. O Oleoduto Norte Peruano – administrado pela Petroperú – transporta petróleo bruto da Amazônia peruana até a costa. A Petroperú também refina petróleo bruto em três refinarias. A principal refinaria Talara está finalizando um projeto de modernização, que deixou a Petroperú endividada. Recentemente, a Petroperú voltou ao negócio de upstream, operando o Bloco I, localizado na costa norte do Peru, e a empresa busca operar outros blocos, incluindo o Bloco 64, localizado na Amazônia peruana, que enfrenta oposição da comunidade.
Esta avaliação de risco descreve os riscos políticos, sociais, financeiros, ambientais e legais associados ao investimento na Petroperú. Também compila a perspectiva de algumas comunidades que podem ser afetadas pela ameaça das operações petrolíferas da Petroperú, em particular, o Povo Achuar do Rio Pastaza e o Governo Territorial Autônomo da Nação Wampis. Como será explicado em detalhes abaixo, a Petroperú é conhecida por ser uma empresa mal administrada que tem visto oposição significativa da comunidade e conflitos sociais devido aos grandes passivos ambientais que suas operações petrolíferas causaram. Esses fatores colocaram a petrolífera estatal em uma crise financeira que coloca em risco qualquer investidor ao investir na empresa.
Os bancos e gestores de ativos mencionados no relatório receberam uma cópia antecipada e pedimos-lhes que fizessem comentários públicos. O BNP Paribas forneceu os seguintes comentários ao Amazon WatchAvaliação de risco da Petroperú:
“As questões levantadas no relatório são preocupantes e, embora não possamos comentar sobre nossas relações com nossos clientes além do que já é público, o BNP Paribas está consciente da importância de proteger a bacia amazônica e vem atuando como líder com políticas inovadoras de Amazônia brasileira e regiões do Cerrado no que diz respeito à agricultura, bem como na área de petróleo e gás.
“Em maio de 2022, o Grupo decidiu fortalecer os requisitos aplicáveis aos projetos de seus clientes na região amazônica e se comprometeu a excluir todos os financiamentos e investimentos em novos projetos de petróleo e gás localizados nas zonas IUCN I a IV ou RAMSAR ou na Amazônia Sagrada Nascentes.
“Estamos atualizando nossa política do setor de petróleo e gás para integrar formalmente esses novos critérios de financiamento e investimentos. A política atualizada será divulgada em breve e, a partir de agora, será aplicada a novos projetos.
Mais especificamente, no âmbito das políticas setoriais, o grupo realiza avaliações anuais dos seus clientes. Em linha com nosso compromisso com a proteção da Amazônia, a due diligence reforçada será, portanto, implantada na aplicação da nova política, a todos os projetos de financiamento e investimentos em petróleo e gás. Isso pode levar a que as empresas sejam monitoradas ou, eventualmente, decidam encerrar o relacionamento caso não cumpram as normas e compromissos do Grupo.
“Além disso, como sempre, o Grupo permanece particularmente atento ao respeito ao Consentimento Livre, Prévio e Informado (CLPI) das comunidades indígenas e locais, de acordo com a 4ª versão dos Princípios do Equador, e mantém um diálogo regular com seus clientes para garantir que o FPIC das comunidades locais impactadas por seus projetos seja obtido.”
Banco Alemão Deutsche Bank – representantes dos quais reuniu-se com líderes indígenas das Nações Achuar del Pastaza e Wampis para falar sobre essas questões – respondeu: “Como você sabe, não comentamos nenhum relacionamento com cliente existente ou inexistente. No entanto, sempre agradecemos que você entre em contato conosco e nos mantenha informados.”
