Conflitos mortais surgem enquanto o Brasil luta para recuperar o território Yanomami dos garimpeiros ilegais | Amazon Watch
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Confrontos mortais irrompem enquanto o Brasil luta para recuperar o território Yanomami dos garimpeiros ilegais

2 de maio de 2023 | Camila Rossi | Atualização da campanha

Foto: Leo Otero / Ascom MPI

Tensão aumenta na Terra Indígena Yanomami em Roraima no final de semana, três meses após o lançamento de uma operação federal para erradicar a mineração ilegal e remover 20,000 invasores da área. No domingo, 30 de abril, quatro homens foram mortos em um suposto confronto com agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e do IBAMA, durante uma operação contra o garimpo ilegal.

O líder Yanomami Júnior Hekurari relatou que entre 15 e 20 garimpeiros fortemente armados chegaram de barco e abriram fogo contra os moradores. Três homens Yanomami, de 36, 31 e 24 anos, foram baleados. O mais velho, o agente de saúde indígena Ilson Xiriana, morreu após ser baleado na cabeça. Os dois indígenas feridos, Venâncio Xirixana e Otoniel Xirixana já estão fora de perigo e se recuperando.

Os tiroteios ocorreram após uma operação de três meses que, segundo o Ministério do Meio Ambiente do Brasil, destruiu 327 acampamentos de garimpeiros, 18 aviões, 2 helicópteros, centenas de motores e dezenas de jangadas, barcos e tratores. O ataque de domingo foi o quarto desde o início da operação, afirmou o ministério.

No entanto, a operação contra o garimpo ilegal tem enfrentado limitações reconhecidas pelos próprios membros do governo federal. Em resposta ao ataque de sábado, a ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, admitiu que “ainda são necessárias muitas ações coordenadas até que todos os invasores sejam removidos do território”.

Foto: Leo Otero / Ascom MPI

As contínuas ameaças aos Yanomami foram objeto de nota conjunta da Associação Hutukara Yanomami (HAY) e da Associação Texoli Ninam do Estado de Roraima (TANER), entidades que atuam na região.

“Mesmo após três meses de ações federais, o povo Yanomami continua sofrendo com surtos de doenças como malária, ataques e mais mortes nas mãos de invasores que persistem em explorar e devastar nosso território sagrado e derramar o sangue de nossos parentes”, disse. disse o comunicado, assinado por Dario Kopenawa, vice-presidente da HAY, e Gerson Xiriana, presidente da TANER.

O ministro dos Povos Indígenas Guajajara, ao lado da ministra do Meio Ambiente Marina Silva e da ministra da Saúde Nísia Trindade, visitaram Roraima após o atentado que resultou na morte do agente de saúde Ilson Xirixana, que trabalhava no Distrito Sanitário Indígena Yanomami.

Guajajara afirmou que garimpeiros que permanecem em terras indígenas buscam provocar conflitos. “Nossa preocupação é que tudo ocorra da forma mais tranquila possível. Não estamos de forma alguma encorajando esses conflitos. Queremos amenizar a situação. Não queremos derramamento de sangue.”

Entre as autoridades governamentais estão a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e a chefe da Fundação Nacional do Índio do Brasil, Joenia Wapichana. Foto: Leo Otero / Ascom MPI

Durante o governo Bolsonaro, centenas de Yanomami crianças teriam morrido de doenças curáveis, em parte devido a sindicatos de garimpeiros trazendo uma explosão de malária e impedindo o trabalho das equipes de saúde. O desmatamento também aumentou na Amazônia.

“Estamos travando uma guerra de fato”, disse um dos comandantes da operação disse The Guardian depois que sua equipe incendiou um acampamento na floresta tropical. “É uma guerra silenciosa que a sociedade não vê – mas aqueles de nós que lutam sabem que ela existe.”

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