Dois jovens indígenas brasileiros são assassinados e baleados nas costas em meio a conflitos por terra | Amazon Watch
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Dois jovens indígenas brasileiros são assassinados com tiros nas costas em meio a conflitos por terras

19 de janeiro de 2023 | Para divulgação imediata


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Crédito: Pataxó

São Paulo, Brasil – Dois jovens, Nawir Brito de Jesus, 17, e Samuel Cristiano do Amor Divino, 25, do povo indígena Pataxó, foram brutalmente assassinados na terça-feira, 17 de janeiro de 2023, no município de Itabela, no sul da Bahia. A violência que os Pataxó estão vivendo é emblemática do que os povos indígenas estão enfrentando no país, do sul do Brasil ao nordeste e ao norte da Amazônia.

O crime ocorreu quando os dois jovens moradores da Terra Indígena Barra Velha viajavam para uma fazenda em uma região de contestação reivindicada pelo povo Pataxó. Segundo testemunhas, homens em uma motocicleta atiraram nas costas deles. Barra Velha é palco de intensos conflitos com fazendeiros locais, pois as comunidades indígenas reivindicam a região como suas terras. O cacique Zeca Pataxó afirmou que “a situação certamente tem a ver com o nosso processo de retomada de nossas terras”.

Esse tipo de brutalidade atinge todos os povos indígenas do país e é consequência do clima de violência e impunidade fomentado pelo governo Bolsonaro, com grandes implicações para os povos indígenas e suas terras. A resposta do governo federal sob o presidente Lula da Silva é notável porque as agências governamentais agora são proativas em responder a esses ataques.

Desde o ano passado, os ataques ligados a fazendeiros aumentaram contra os Pataxó, chegando a uma escala descarada ataque armado a uma escola indígena em agosto de 2022. A vila “Quero Ver”, em Barra Velha, foi invadido em dezembro de 2022 por um grupo de homens armados que, apesar de se dizerem policiais, usavam capuzes e não se identificaram formalmente como agentes da lei. Membros de comunidades indígenas têm repetidamente relatado ameaças de despejo de suas terras em meio a atos de violência física e psicológica por pistoleiros a mando de empresários locais.

Após os assassinatos desta semana, a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, disse que solicitou ao Ministério da Justiça e Segurança Pública o envio da Polícia Nacional ao local. “Ontem, perdemos dois jovens pataxós devido a conflitos pela terra e luta pela demarcação. Meu primeiro encontro do dia será com lideranças indígenas do sul da Bahia. Examinarei de perto o que está acontecendo na região e solicitarei providências imediatas do Estado”, afirmou. dito Ministro Guajajara.

De acordo com o Eloy Terena, Secretário Executivo do Ministério dos Povos Indígenas, foi criado um Gabinete de Emergência para acompanhar os conflitos na região. Com esta secretaria e com o esforço conjunto de vários ministérios e do governo da Bahia, em diálogo com as lideranças Pataxó, eles se comprometeram a acompanhar as investigações e medidas de resposta.

A presidente da Fundação Nacional do Índio (FUNAI), Joenia Wapichana, se solidarizou com o povo Pataxó pela perda dos dois jovens. “A situação de violência no sul da Bahia precisa ser freada com urgência” Wapichana disse, afirmando que solicitou à FUNAI que faça “o devido acompanhamento do caso, com apoio e proteção da Polícia Federal”. “Da mesma forma, solicitei medidas para garantir a proteção dos povos indígenas desta região da Bahia e medidas para garantir que a justiça seja feita”, concluiu.

Ana Carolina Alfinito, Amazon Watch Assessor Jurídico e Coordenador do Programa Defenda os Defensores, disse: “Estamos chocados com esses assassinatos horríveis e as contínuas ameaças que os povos indígenas no Brasil continuam a enfrentar. A violência contra os povos indígenas no Brasil não cessará automaticamente com o novo governo, pois os criminosos foram protegidos e fortalecidos ao longo do governo Bolsonaro em várias regiões do Brasil. Ter lideranças como Sonia, Eloy e Joenia hoje atuando fortemente como poder público na proteção dos povos indígenas e na garantia de seus direitos é um grande e fundamental passo.”

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