Por décadas, os povos indígenas Achuar e Wampis da Amazônia peruana derrotaram um fluxo constante de companhias petrolíferas tentando perfurar no Bloco 64, um bloco petrolífero criado no território Achuar e Wampis sem respeitar os padrões internacionais de Consentimento Livre, Prévio e Informado de suas comunidades.
Os Achuar e os Wampis têm boas razões para se opor a uma maior extração de petróleo: o oleoduto do norte do Peru, que atravessa seus territórios, rompeu repetidamente, causando inúmeros derramamentos e ameaças constantes ao meio ambiente e à segurança de suas comunidades.
Nelton Yankur Antich, Presidente da Federação Peruana de Nacionalidades Achuar (FENAP), coloca de forma simples: “Queremos deixar um território saudável para nossas futuras gerações.”
Ao longo dos anos, muitas empresas petrolíferas internacionais tentaram entrar no território, entre elas a Occidental Petroleum, Talisman Energy (agora Repsol), e Petrolífera chilena GeoPark. Devido à firme resistência das comunidades Achuar e Wampis, todas essas empresas saíram da área com o mínimo de perfuração de petróleo. Agora, outra empresa, a petrolífera estatal Petroperú, está tentando entrar no Bloco 64.
A Petroperú concluiu recentemente um modernização cara de sua refinaria de petróleo na comunidade costeira de Talara, e a empresa está buscando perfurar ainda mais petróleo para alimentar a refinaria e recuperar seus custos.
Há uma linha comum entre essas empresas que buscaram violar os direitos fundiários, o bem-estar da comunidade e a saúde ambiental dos Achuar e Wampis. Cada um é habilitado por instituições financeiras, e a última instituição a sujar as mãos com óleo da Amazônia é a Vanguard. A Vanguard está ajudando ativamente a financiar as operações da Petroperú comprando seus títulos e, em seguida, vendê-los aos clientes em fundos negociados em bolsa (ETFs).
Não importa quantos derramamentos de petróleo como a Petroperú causem, e não importa quantas violações de direitos humanos e escândalos de corrupção gere, instituições financeiras como a Vanguard continuaram investindo nele como se nada tivesse acontecido. Isso deve acabar. Como uma das maiores empresas de gestão de ativos do mundo, os investimentos da Vanguard podem influenciar as empresas nas quais investe — empresas que impactam diretamente as comunidades indígenas.
Vanguard tem declarou aos investidores que reconhece a importância do engajamento com as comunidades locais e indígenas, mas não tem atuado para coibir as violações cometidas pelas empresas nas quais investe. É hora de dizer à Vanguard para cumprir sua responsabilidade com os povos indígenas e o planeta, parar de investir na Petroperú, e adote uma política abrangente de direitos indígenas para evitar futuras violações!
